Universidade e iniciativa privada: uma parceria que pode dar certo
Embora pareçam ser mundos distantes, a universidade e a iniciativa privada podem ter muito a contribuir uma para a outra. Por meio de parcerias, empresas podem investir financeiramente em projetos de pesquisas no ambiente acadêmico. As vantagens estão na inovação tecnológica a um custo menor e o apoio de recursos humanos qualificados. Além disso, a “Lei do Bem” (nº 11.196/2005) prevê incentivos fiscais para as empresas que desenvolvem inovações na concepção de produtos.
Segundo o professor de Engenharia Civil da Universidade de Brasília Márcio Muniz, os benefícios para o ambiente universitário são muitos: a criação de laboratórios, o fortalecimento da pós-graduação, a capacitação de professores e a alocação de alunos no mercado de trabalho.
De acordo com a Pesquisa de Inovação (Pintec), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento do percentual de empresas que estabeleceram vínculos com universidades subiu de 13,4% para 16,7% entre 2008 e 2011. No entanto, Márcio Muniz aponta que a maior parte do financiamento para pesquisa no Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB vem de órgãos públicos, de empresas do governo ou de caráter misto, ou de agências reguladoras. “As empresas privadas que nos procuram são de grande porte”, afirma o professor.
De acordo com Muniz, a demora na aprovação do financiamento para pesquisa pode desestimular a participação da iniciativa privada. O processo costuma demorar entre seis meses e um ano. O professor Claudio Henrique de Almeida faz coro: “A empresa precisa de algo imediato. Infelizmente, o processo ainda é muito burocrático. Como lado positivo, no entanto, funciona como uma filtragem”.
Uma iniciativa que busca aproximar a universidade das empresas privadas é a INTEGRAR: Feira de Oportunidades da Universidade de Brasília, criada em 2010 por estudantes. O evento, que dura dois dias, tem como objetivo expor aos universitários os ramos de atuação e programas de recrutamento de empresas, além de desenvolver e estreitar relações de parceria. Como afirma o professor Márcio Muniz, “A universidade precisa estar envolvida com a sociedade e as empresas fazem parte dela”.
Por Amanda Venicio