Construindo o futuro: tecnologia e sustentabilidade

por Almeida França em 17/07/2014

Construindo o futuro: tecnologia e sustentabilidade

Você já parou para pensar em como serão as empresas do futuro? Em maio deste ano, a Fundação Nacional de Qualidade (FNQ) realizou uma pesquisa com 47 organizações brasileiras sobre expectativas para o que vem por aí. A preocupação com sustentabilidade foi destacada por 85,1% dos entrevistados, seguida por preocupação com pessoas e inovação contínua, ambas indicadas por 66% das organizações. E a construção civil não deve escapar às mudanças.

O pesquisador e professor da Universidade de Brasília (UnB) em Engenharia Ambiental Claudio Pereira aponta que tecnologias com alto índice de desperdício devem se tornar obsoletas ou pouco utilizadas no futuro, uma vez que são inviáveis quando avaliadas nos quesitos econômico e do meio ambiente. Para Pereira, exigências de certificados ambientais que atestem a procedência e a eficiência de materiais e processos construtivos representam um avanço da preocupação com sustentabilidade no mercado.

Segundo Alessandro Aveni, pesquisador em empreendedorismo e inovação na UnB, as novidades na construção civil se concentram em materiais e tecnologias “limpas”, como reutilização de água e poupança energética. “A poupança de recursos com água, energia e eletricidade é o recurso mais promissor”, diz Aveni.

Um exemplo citado pelo pesquisador é a construção modular, processo no qual seções de edifícios são fabricadas num local e posteriormente transportadas e montadas no terreno intencionado. As vantagens são a redução de resíduos e de gastos com energia. Além disso, Aveni alerta que edifícios de destinação única serão substituídos por prédios multifuncionais.

Outra novidade é o cimento sustentável. O uso de resíduos da indústria siderúrgica na produção e a substituição de combustível fóssil por biomassa ou lixo são medidas que podem tornar o material mais ecológico. Na última edição do Fórum Excutivo de Inovação IPT-Grace, o professor de engenharia da Universidade de São Paulo (USP) Sérgio Cirrelli apontou “a otimização na formulação do concreto como ponto chave para a melhoria da ecoeficiência do material”. O uso de fontes de energia alternativas, como a fotovoltaica, também pode reduzir o impacto da construção civil no meio ambiente.
Quanto à gestão de equipes, Claudio Pereira aponta a preponderância de ferramentas para integração de projetos, como o formato BIM. Segundo o professor, “o investimento nesses sistemas se torna fundamental para a permanência das empresas no mercado”. Os benefícios também se estendem ao canteiro de obras: “Com o uso correto da tecnologia, o canteiro passará a ser um local de execução de ações racionalizadas, e não um lugar onde se tem que resolver problemas gerados por um mal planejamento”. ​Aveni, por sua vez, acredita que a gestão de projetos será fragmentada em diversas empresas especializadas. Com planejamento eficiente e preocupação ambiental, a construção civil do futuro promete trazer muitas coisas boas pela frente!

Por Amanda Venicio – Facto – Agência de comunicação

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