Engenharia de instalações no combate a incêndios

por Almeida França em 26/11/2014

Engenharia de instalações no combate a incêndios

Até o início dos anos 70, a regulamentação relativa ao combate de incêndios era esparsa. Os Códigos de Obras dos municípios não possuíam quaisquer incorporações do aprendizado de grandes incêndios ocorridos no exterior. Só a partir de catástrofes como o incêndio do Gran Circo Norte Americano em Niterói ou o do Edifício Joelma em São Paulo, projetistas e empreiteiros começaram a se preocupar de fato com a segurança de combate ao fogo no Brasil.

Com mais de 25 anos de mercado, a Almeida França possui larga experiência em sistemas de detecção e combate a incêndio. Graças ao avanço da tecnologia, os antigos sistemas de detecção e alarme de incêndio deram lugar a centrais inteligentes. A monitoração por “zonas” foi substituída por dispositivos que permitem a localização exata do alarme. Isso garante maior eficiência e confiabilidade no gerenciamento, na prevenção e na proteção das edificações contra incêndios.

O sucesso do combate a um foco de incêndio costuma ser determinado pela rapidez com que o sistema de detecção e alarme o percebe e inicia os procedimentos programados na central. Portanto, uma boa integração entre a detecção e o combate é muito importante. O sistema de detecção trabalha com a identificação do foco, a monitoração das variáveis de risco e possibilita a ação anterior à propagação do incêndio. O objetivo é ser tão eficiente quanto possível na averiguação da presença de fogo, de fumaça ou até mesmo de elevação de temperatura. Os detectores mais utilizados são o óptico e o térmico, mas todos devem ser instalados de acordo com a necessidade do ambiente. Garagens, por exemplo, exigem utilização de detectores térmicos, uma vez que os ópticos são sensíveis à fumaça do escapamento dos automóveis.

Além dos detectores de incêndio, os acionadores manuais (“alarme quebra-vidro”) e as sirenes de alarme completam os dispositivos de campo exigidos pelas normas técnicas para sistemas de detecção e alarmes contra incêndios. Para Sinara Augusta Campos, Engenheira de Instalações da Almeida França, a comunicação eficaz entre os dispositivos é imprescindível para um bom funcionamento do sistema. “Todos os dispositivos são ligados a uma central inteligente que comanda as ações preventivas de dispositivos de detecção e alarmes de incêndio, criando o chamado Laço de Detecção”, afirma.

A partir da confirmação do incêndio pela central de alarme e detecção, inicia-se o combate. As formas mais comuns de combate ao fogo são extintores manuais, hidrantes e sprinklers. Esses itens correspondem à exigência mínima do Corpo de Bombeiros para a liberação de alvará de funcionamento. Os sistemas de sprinklers em prédios residenciais, no entanto, são obrigatórios apenas nas garagens. Em ambientes de missão crítica como Data Centers, onde o conteúdo armazenado é de extrema importância, o primeiro combate é feito através de gás inerte. O emprego da água só ocorre se o sistema de combate com gás não obtiver êxito.

Finalmente, a parte mais importante das instalações de dispositivos no combate ao fogo é a manutenção. De acordo com a Norma Brasileira nº 17.240 da ABNT, que regulamenta os requisitos para o funcionamento dos sistemas de detecção e alarme de incêndios, a Almeida França recomenda a execução de alguns testes funcionais. Acionadores manuais, sinalizadores, comandos de combate e painéis repetidores devem ser verificados trimestralmente. A limpeza dos dispositivos também é essencial para o seu funcionamento adequado e, se necessário, deve ser realizada a cada atividade de manutenção. A norma estabelece a responsabilidade do usuário final sobre a manutenção do sistema de combate a incêndios para garantir o total funcionamento dos dispositivos.

O Diretor Técnico da Almeida França Marcos Pinheiro ressalta a importância da manutenção dos sistemas de incêndio na realidade brasileira: “Infelizmente, aqui no Brasil, a manutenção de sistemas de detecção e combate a incêndio não é levada muito a sério. Ações concretas só acontecem após tragédias como a da Boate Kiss. Sistemas de incêndio bem mantidos e bem operados geram segurança predial e tranquilidade aos usuários”.

Por Carolina Pavan

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